Secretaria Estadual de Meio Ambiente esclarece sobre a real situação da água no Rio Paraopeba.

*Informações oficiais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

A pluma de rejeitos proveniente da Barragem 1, da Vale, que se rompeu no município de Brumadinho, não atingiu o Rio São Francisco. Segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o material chegou à Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, entre os municípios de Curvelo e Pompéu, a 220 quilômetros de distância de Brumadinho, no início de março, sem ultrapassá-la.

O monitoramento emergencial da qualidade da água no Rio Paraopeba é feito pelo Igam desde o primeiro dia após o rompimento da barragem da Vale. Os dados são públicos e divulgados no site do Igam no endereço: http://www.meioambiente.mg.gov.br/component/content/article/13-informativo/3741-desastre-ambiental-barragem-b1-mina-corrego-do-feijao

Atualmente, o Instituto tem o total de 14 pontos de monitoramento da qualidade da água ao longo do rio. Oito desses pontos já existem há 20 anos e, desde então, fornecem informações ao Governo de Minas sobre a situação desses cursos d’agua. Segundo a gerente de Monitoramento de Qualidade das Águas do Igam, Katiane Cristina de Brito Almeida, os outros oito pontos foram instalados após o rompimento da barragem.

As amostras são analisadas em laboratório contratado pelo Igam. Após o processamento das amostras, os resultados são enviados para a equipe de sete analistas ambientais do Instituto que as interpreta e produz o boletim informativo, publicado duas vezes por semana no site da instituição.

Os parâmetros com valores mais elevados foram observados, principalmente, logo após o desastre na região de Brumadinho, nos primeiros 40 quilômetros do rio Paraopeba após o rompimento. Nas semanas subsequentes foram verificadas grandes oscilações para os parâmetros, sobretudo devido às ocorrências de chuvas, que contribuíram com a remobilização do material depositado no leito do rio ou novos aportes de rejeitos no rio Paraopeba, de trechos a montante.

Para os metais pesados, como chumbo e mercúrio total, embora possa se dizer que esses elementos não compunham a massa de rejeito, fica evidente que sua disponibilização nas águas se deu em decorrência direta do rompimento da barragem B1, por arrastamento dos materiais e sedimentos do leito do rio, que foram sendo incorporados à lama à medida que a frente de rejeitos ia passando, ou por outro processo ainda não esclarecido. Violações desses metais foram observadas até Curvelo (BP078), indicando, em conjunto com os valores de turbidez, que a frente de rejeitos já chegou neste trecho e atualmente encontra-se dentro do reservatório da UHE Retiro Baixo.

Destaca-se que não são registrados valores em desconformidade às normas legais de chumbo desde o dia 26 de março de 2019 e de mercúrio desde o dia 02 de março de 2019.

O Igam também realiza um monitoramento mensal em três pontos no reservatório de Três Marias e os dados mostram que o rompimento não causou nenhum impacto nesta região, onde o Paraopeba se encontra com o Rio São Francisco.

A Agência Nacional de Águas (ANA) exigiu que a Vale realizasse um Programa de Monitoramento do reservatório de Três Marias e do Rio São Francisco. Foram instaladas estações telemétricas que realizam medições horárias e enviam os dados diretamente para a ANA.

Afluentes

Desde a última quarta-feira, 27 de março, o Igam iniciou o monitoramento também no Ribeirão dos Gomes, afluente do Rio Paraopeba que deságua logo à montante do ponto de monitoramento do Instituto em Felixlândia, localizado após a UHE Retiro Baixo.

Atualmente, o Igam monitora diariamente as estações de amostragem localizadas no rio Paraopeba a jusante da UHE Retiro Baixo e no Ribeirão dos Gomes para verificar o avanço da frente de rejeitos.



Fonte: Assessoria de Comunicação - Secretaria Estadual de

Data de publicação: 20/05/2019

Créditos das Fotos: G1 - Globo