O mês marca as campanhas de conscientização sobre a doença, uma das que mais afetam a população masculina. A comunidade é chamada para um diálogo franco e aberto a respeito do câncer de próstata.

A iniciativa que partiu de um grupo de amigos reunidos em um pub, na Austrália - empreender uma campanha contra o câncer de próstata -, se espalhou pelo mundo e vem ajudando, em muito, a população masculina. Assim surgiu o Movember, junção entre os termos mustache (bigode, em inglês) e november, que chegou ao Brasil como Novembro Azul, no fim dos anos 2000.

Aqui, a campanha começou a ganhar notoriedade por meio de instituições privadas e públicas comprometidas em realizar ações que objetivam informar e conscientizar a população sobre a importância dos cuidados com a saúde do homem e com a detecção precoce da doença - o câncer mais comum e a segunda maior causa de morte por câncer entre eles. Justificativas para o movimento não faltam, como exemplifica o ocorrido com o ator norte-americano Ben Stiller. Acostumado a realizar o rastreamento, os famosos exames PSA e de toque retal, o comediante recebeu o diagnóstico, aos 47 anos, e pôde se tratar a tempo de evitar o pior. “Fazer o teste PSA salvou minha vida. Literalmente”, disse ele aos quatro ventos numa tentativa de mostrar ao mundo a importância dos testes que têm sido alvo de polêmica entre entidades que propõem sua dispensa como ação de política pública de saúde e as que, ao contrário, defendem a indicação.

Enquanto o debate toma corpo, pessoas como Adão Aparecido de Oliveira, aposentado, de 55, e Roberto João Gouvêa, de 66, engenheiro civil, que participaram desta reportagem contando como descobriram e venceram a doença, reafirmam a importância dos testes e rechaçam o preconceito: “Se alguém me diz que tem vergonha ou receio de fazer o exame de toque retal, que dura poucos segundos, concluo que ele tem vergonha e receio de viver. Pensar assim não é sinal de virilidade, mas ignorância. A prevenção e o cuidado são os melhores remédios”, afirma Adão.

“Não entra na minha cabeça a ideia de você não se prevenir. Ouço casos assim com muita tristeza. Mesmo que seja tendência mundial o debate a respeito do rastreamento, não vejo nexo na dispensa dos exames. A melhor forma de se livrar desse mal é se precaver”, reflete Roberto João.

A opinião de quem já passou e superou a doença tem razão de ser: segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,2 milhão de novos casos de câncer de próstata ocorrem anualmente no mundo, gerando a expectativa de mais de 335 mil óbitos no mesmo período (segundo dados de 2013, que revelam aumento em relação a 2012 de 9,7% e 9,2%, respectivamente). No Brasil, a estimativa é chegar ao fim de 2017 com 61,2 mil casos novos e cerca de 13.772 óbitos, o que significa que é o segundo tumor que mais mata os homens no país, perdendo apenas para o câncer de pulmão.

A boa notícia é que a população está, sim, mais informada e consciente, muito em função da campanha Novembro Azul, que prevê ações durante todo o mês e em especial no dia 17, data marco para o combate à doença. Para este ano, inúmeras atividades serão realizadas numa tentativa de diminuir as estatísticas. Uma delas é a distribuição da cartilha Câncer de próstata: precisamos falar sobre isso, desenvolvida pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). Outra notícia positiva vem da inovação tecnológica que traz novos recursos em diagnósticos e em alternativas menos invasivas para o tratamento da doença, inclusive com o auxílio da robótica nas cirurgias.

"Enfrentei e venci a doença"

Os médicos indicam que homens acima dos 50 anos devem fazer exames de rastreamento. Se há casos na família, o checape específico precisa ser realizado mais cedo. Quem já viveu o mal reforça o alerta.

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Fonte: Saúde Plena

Data de publicação: 08/11/2017

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